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FALTAS ABONADAS E JUSTIFICADAS: CONCEITO FUNDAMENTAL

Atualizado há 1 mês ago.

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John Doe

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O Direito do Trabalho é um campo em constante evolução, adaptando-se às demandas de uma sociedade dinâmica e às complexidades das relações entre empregadores e empregados. Ao regular as ausências laborais, busca equilibrar as necessidades dos trabalhadores com as exigências das empresas. Nesse contexto, enquanto as faltas abonadas possuem respaldo legal claro, as faltas justificadas frequentemente requerem análise contextual para sua aceitação.

Visando atender a situações extraordinárias não previstas expressamente na legislação, o autor idealizou o conceito de faltas justificadas excepcionais. Essa proposta inovadora busca reconhecer e proteger ausências decorrentes de circunstâncias emergenciais ou imprevisíveis no ambiente trabalhista, oferecendo uma abordagem mais flexível e humanizada.

O objetivo deste artigo é apresentar e explicar o conceito, destacando sua relevância no cenário jurídico brasileiro e suas possíveis implicações práticas. Por meio dessa análise, espera-se contribuir para o debate jurídico, promovendo o equilíbrio entre os direitos dos trabalhadores e as necessidades das empresas em contextos de imprevisibilidade e emergência.


As faltas abonadas estão previstas na legislação, principalmente no artigo 473 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no artigo 6º da Lei nº 605/1949, garantindo ao trabalhador o direito de ausência sem prejuízo salarial ou impacto nos seus direitos. Essas normas estabelecem hipóteses específicas em que o trabalhador pode se ausentar de suas atividades laborais de forma protegida. Exemplos incluem:

  • Falecimento de familiares próximos: até 2 dias consecutivos (art. 473, I, CLT);
  • Casamento do trabalhador: até 3 dias consecutivos (art. 473, II, CLT);
  • Nascimento de filho (licença-paternidade): 5 dias consecutivos, conforme legislação complementar (art. 473, III, CLT e art. 10, §1º, ADCT);
  • Doação voluntária de sangue: 1 dia por ano (art. 473, IV, CLT);
  • Alistamento eleitoral: até 2 dias, consecutivos ou não, conforme necessidade (art. 473, V, CLT).

O artigo 6º da Lei nº 605/1949 também reforça que o trabalhador não perderá o direito à remuneração do repouso semanal remunerado em caso de ausências justificadas, ampliando o escopo de proteção. Essas previsões refletem o compromisso legal em atender situações importantes da vida do trabalhador sem comprometer sua estabilidade financeira e direitos laborais.

Já as faltas justificadas abrangem situações em que o trabalhador apresenta uma justificativa legítima para sua ausência, mesmo sem previsão legal específica de abono. Por exemplo:

  • Problemas de transporte público;
  • Condições climáticas adversas;
  • Emergências familiares.

Em ambas as categorias, a comprovação documental é essencial, e nenhuma ausência, quando devidamente justificada ou abonada, pode ser usada como fundamento para aplicação de penalidades.

O Conceito de Faltas Justificadas Excepcionais

As faltas justificadas excepcionais representam uma nova perspectiva no cenário jurídico trabalhista. O conceito reconhece situações emergenciais e extraordinárias que, embora não previstas diretamente na legislação, são legítimas e justificáveis, merecendo proteção e aceitação pela jurisprudência do tribunais trabalhista e empregadores.

O conceito foi idealizado em resposta à necessidade de flexibilização e humanização das relações de trabalho, considerando que a vida dos trabalhadores pode ser impactada por eventos imprevistos, como desastres naturais, emergências familiares críticas, ou situações de segurança e saúde.

As faltas justificadas excepcionais são fundamentadas nos princípios da boa-fé, da razoabilidade e do equilíbrio nas relações de trabalho. Elas visam harmonizar os direitos e deveres de empregadores e trabalhadores, oferecendo uma solução prática para questões complexas do cotidiano.

CONCEITO DE FALTAS JUSTIFICADAS EXCEPCIONAIS:

são ausências no trabalho decorrentes de situações extraordinárias, imprevisíveis ou emergenciais que, embora não estejam expressamente previstas na legislação trabalhista, possuem caráter legítimo e justificável

Exemplos de Faltas Justificadas Excepcionais

Entre as hipóteses que podem ser enquadradas como faltas justificadas excepcionais, incluem-se:

  1. Emergências familiares:
    • Cuidados urgentes com familiares hospitalizados ou dependentes.
    • Necessidade de assistência em casos de separações judiciais ou conflitos familiares graves.
  2. Condições climáticas adversas:
    • Alagamentos, deslizamentos ou bloqueios de vias.
    • Tempestades severas que comprometam o deslocamento.
  3. Problemas de transporte público:
    • Greves, paralisações ou falhas no transporte coletivo que inviabilizem a chegada ao trabalho.
  4. Questões de segurança:
    • Episódios traumáticos, como assaltos.
    • Riscos à integridade física devido a manifestações violentas ou situações de instabilidade social.
  5. Imprevistos domésticos:
    • Incêndios, desabamentos ou enchentes internas na residência do trabalhador.
    • Falta de fornecimento básico que impeça a saída do trabalhador de casa.
  6. Apoio psicológico e saúde mental:
    • Atendimento emergencial em crises de ansiedade, depressão ou outros episódios psicológicos graves.
  7. Faltas por força maior:
    • Quarentenas ou restrições sanitárias impostas por autoridades.
    • Convocação para emergências comunitárias, como desastres naturais.

Fundamentação Legal e Construção do Conceito

Embora o conceito de faltas justificadas excepcionais ainda não esteja formalmente regulamentado, ele se alicerça em princípios legais amplamente reconhecidos, como a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal), o valor social do trabalho (art. 170) e a boa-fé objetiva. Além disso, o artigo 6.º da Lei nº 605/1949, estabelece que o trabalhador não perderá o direito à remuneração do repouso semanal remunerado em casos de ausências justificadas. Essa disposição reforça o entendimento que, mesmo sem uma previsão específica para abono salarial, determinadas ausências justificadas não devem acarretar prejuízo ao trabalhador, especialmente em situações de força maior ou necessidade imperiosa.

Ao propor esse conceito, busca-se consolidar uma abordagem mais flexível e humanizada das relações de trabalho, promovendo segurança jurídica e respeito às circunstâncias legítimas que podem afetar o cumprimento da jornada laboral.

Esse conceito também pode ser integrado às práticas empresariais e às convenções coletivas de trabalho, ampliando o rol de situações que permitam ao trabalhador justificar suas ausências sem prejuízo ou penalização.

Implicações Práticas para Trabalhadores e Empregadores

Para o Trabalhador:

  • Proteção contra punições: Nenhuma falta excepcional devidamente justificada pode levar a advertências ou suspensões.
  • Dever de comprovação: A apresentação de documentos, como atestados, declarações ou termos de comparecimento, é essencial.

Para o Empregador:

  • Flexibilidade e empatia: Reconhecer faltas excepcionais demonstra compromisso com o bem-estar dos colaboradores.
  • Transparência nas políticas internas: Regulamentos claros ajudam a evitar conflitos e promovem a harmonia no ambiente de trabalho.

O Papel da Jurisprudência

A jurisprudência trabalhista vem evoluindo para incluir interpretações que reconhecem situações extraordinárias como justificáveis. Decisões do Tribunal Superior do Trabalho (TST) têm aceitado justificativas baseadas em circunstâncias imprevistas, como greves ou desastres naturais, reafirmando a necessidade de considerar o contexto da ausência.

Esse alinhamento jurisprudencial reforça o conceito de faltas justificadas excepcionais como solução viável e justa para questões emergentes no mundo do trabalho.

O conceito de faltas justificadas excepcionais, em construção no cenário jurídico brasileiro, é uma iniciativa que reflete a evolução das relações laborais. Ele busca atender à necessidade de flexibilidade e humanização no ambiente de trabalho, reconhecendo que eventos extraordinários e imprevistos fazem parte da realidade dos trabalhadores.

Ao apresentar esse conceito, este artigo propõe abordagem que equilibra direitos e deveres de empregadores e empregados, promovendo relação mais justa e adaptável. A aceitação e o desenvolvimento das faltas justificadas excepcionais podem contribuir significativamente para o fortalecimento das relações de trabalho e a proteção do trabalhador em situações adversas.

Referências

  • Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
  • Constituição Federal de 1988
  • Lei nº 605/1949
  • Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST)


    Falar com Claudio Mendonça.
    Autor: Claudio Mendonça é advogado, pós-graduado em direito previdenciário, com vasta experiência em processo trabalhista, bem como, em ajudar as pessoas a conhecer seus direitos trabalhista e previdenciário.

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